terça-feira, 15 de setembro de 2009

A HISTORIA DO SAMBA


Origens do Samba, Significado, História do Samba e Principais Sambistas

O samba surgiu da mistura de estilos musicais de origem africana e brasileira. O samba é tocado com instrumentos de percussão (tambores, surdos timbau) e acompanhados por violão e cavaquinho. Geralmente, as letras de sambas contam a vida e o cotidiano de quem mora nas cidades, com destaque para as populações pobres. O termo samba é de origem africana e tem seu significado ligado às danças típicas tribais do continente.

As raízes do samba foram fincadas em solo brasileiro na época do Brasil Colonial, com a chegada da mão-de-obra escrava em nosso país.
O primeiro samba gravado no Brasil foi Pelo Telefone, no ano de 1917, cantado por Bahiano. A letra deste samba foi escrita por Mauro de Almeida e Donga .
Tempos depois, o samba toma as ruas e espalha-se pelos carnavais do Brasil. Neste período, os principais sambistas são: Sinhô Ismael Silva e Heitor dos Prazeres .
Na década de 1930, as estações de rádio, em plena difusão pelo Brasil, passam a tocar os sambas para os lares. Os grandes sambistas e compositores desta época são: Noel Rosa autor de Conversa de Botequim; Cartola de As Rosas Não Falam; Dorival Caymmi de O Que É Que a Baiana Tem?; Ary Barroso, de Aquarela do Brasil; e Adoniran Barbosa, de Trem das Onze.
Na década de 1970 e 1980, começa a surgir uma nova geração de sambistas. Podemos destacar: Paulinho da Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc.
Outros importantes sambistas de todos os tempos: Pixinguinha, Ataulfo Alves, Carmen Miranda (sucesso no Brasil e nos EUA), Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Aracy de Almeida, Demônios da Garoa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nelson Sargento, Clara Nunes, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Lamartine Babo.

Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo
Os tipos de samba mais conhecidos e que fazem mais sucesso são os da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo. O samba baiano é influenciado pelo lundu e maxixe, com letras simples, balanço rápido e ritmo repetitivo. A lambada, por exemplo, é neste estilo, pois tem origem no maxixe.
Já o samba de roda, surgido na Bahia no século XIX, apresenta elementos culturais afro-brasileiros. Com palmas e cantos, os dançarinos dançam dentro de uma roda. O som fica por conta de um conjunto musical, que utiliza viola, atabaque, berimbau, chocalho e pandeiro.
No Rio de Janeiro, o samba está ligado à vida nos morros, sendo que as letras falam da vida urbana, dos trabalhadores e das dificuldades da vida de uma forma amena e muitas vezes com humor.
Entre os paulistas, o samba ganha uma conotação de mistura de raças. Com influência italiana, as letras são mais elaboradas e o sotaque dos bairros de trabalhadores ganha espaço no estilo do samba de São Paulo.

Principais tipos de samba:

Samba-enredo
Surge no Rio de Janeiro durante a década de 1930. O tema está ligado ao assunto que a escola de samba escolhe para o ano do desfile. Geralmente segue temas sociais ou culturais. Ele que define toda a coreografia e cenografia utilizada no desfile da escola de samba.

Samba de partido alto
Com letras improvisadas, falam sobre a realidade dos morros e das regiões mais carentes. É o estilo dos grandes mestres do samba. Os compositores de partido alto mais conhecidos são: Moreira da Silva, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho.

Pagode
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 70 (década de 1970), e ganhou as rádios e pistas de dança na década seguinte. Tem um ritmo repetitivo e utiliza instrumentos de percussão e sons eletrônicos. Espalhou-se rapidamente pelo Brasil, graças às letras simples e românticas. Os principais grupos são : Fundo de Quintal, Negritude Jr., Só Pra Contrariar, Raça Negra, Katinguelê, Patrulha do Samba, Pique Novo, Travessos, Art Popular.

Samba-canção
Surge na década de 1920, com ritmos lentos e letras sentimentais e românticas. Exemplo: Ai, Ioiô (1929), de Luís Peixoto.

Samba carnavalesco
Marchinhas e Sambas feitas para dançar e cantar nos bailes carnavalescos. exemplos : Abre alas, Apaga a vela, Aurora, Balancê, Cabeleira do Zezé, Bandeira Branca, Chiquita Bacana, Colombina, Cidade Maravilhosa entre outras.

Samba-exaltação
Com letras patrióticas e ressaltando as maravilhas do Brasil, com acompanhamento de orquestra. Exemplo: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso gravada em 1939 por Francisco Alves.

Samba de breque
Este estilo tem momentos de paradas rápidas, onde o cantor pode incluir comentários, muitos deles em tom crítico ou humorístico. Um dos mestres deste estilo é Moreira da Silva .

Samba de gafieira
Foi criado na década de 1940 e tem acompanhamento de orquestra. Rápido e muito forte na parte instrumental, é muito usado nas danças de salão.

Sambalanço
Surgiu nos anos 50 (década de 1950) em boates de São Paulo e Rio de Janeiro. Recebeu uma grande influência do jazz.. Um dos mais significativos representantes do sambalanço é Jorge Ben Jor, que mistura também elementos de outros estilos.

HISTORIA DA MUSICA SERTANEJA










Música Sertaneja

Nome genérico que designa a música produzida a partir da década de 20 do século XX por compositores urbanos e rurais e que anteriormente era chamada de modo geral de modas, toadas, cateretês, chulas, emboladas e batuques. A música sertaneja como tal surgiu em 1929, quando Cornélio Pires, pesquisador, compositor, escritor e humorista, começou a gravar "causos" e fragmentos de cantos tradicionais rurais na região cultural caipira, que abrange a área do interior paulista, norte e oeste paranaenses, sul e triângulo mineiros, sudeste goiano e matogrossense. Na época das gravações pioneiras de Cornélio Pires, o gênero era conhecido como música caipira, cujas letras evocavam a beleza bucólica e romântica da paisagem, assim como o modo de vida do homem do interior em oposição à vida do homem da cidade. Hoje tal gênero é denominado música sertaneja raiz, com as letras dando ênfase no cotidiano e maneira de cantar. De uma maneira mais ampla, a música sertaneja seria também o baião, o xaxado e outros ritmos do interior do Norte e Nordeste. Tradicionalmente a música sertaneja é interpretada por um duo, geralmente de tenores, com voz nasal e uso acentuado de um falsete típico. O estilo vocal se manteve relativamente estável, enquanto a instrumentação, ritmos e contorno melódico gradualmente incorporaram elementos estilísticos de gêneros disseminados pela indústria cultural. Inicialmente tal estilo de música foi propagado por uma série de duplas, com a utilização de violas e dueto vocal. Entre as duplas pioneiras nas gravações em disco, destacaram-se inicialmente Zico Dias e Ferrinho, Laureano e Soares, Mandi e Sorocabinha e Mariano e Caçula. Estas primeiras duplas cantavam principalmente as chamadas modas de viola, com uma temática bastante ligada à realidade cotidiana, fazendo verdadeiras crônicas, como foi o caso de "A revolução Getúlio Vargas", e "A morte de João Pessoa", gravadas em 1930 por Zico Dias e Ferrinho na Victor ou como "A crise", e "A carestia", modas de viola gravadas em 1934 por Mandi e Sorocabinha na Odeon. Com o passar do tempo, ocorreram as modificações temáticas, estruturação melódica e utilização de instrumentos. Estas modificações de roupagem e adaptações no conteúdo temático -- anteriormente rural e agora urbano -- consolidaram o estilo moderno da música sertaneja romântica, que nos anos 80 se torna o primeiro gênero de massa produzido e consumido no Brasil. A história da música sertaneja, segundo a pesquisadora Marta Ulhôa, pode ser dividida em três fases. De 1929 até 1944, como música caipira ou música sertaneja raiz; do pós-guerra até os anos 60, numa fase de transição; e do final dos anos 60 até a atualidade, como música sertaneja romântica. Na primeira fase, ainda segundo a mesma pesquisadora, "os cantadores interpretavam modas de viola e toadas, canções estróficas que após uma introdução da viola (repique) falavam do universo sertanejo numa linguagem essencialmente épica, muitas vezes satírico-moralista e menos frequentemente amorosa. Os duetos em vozes paralelas eram acompanhadas pela viola caipira, instrumento de cordas duplas e vários sistemas de afinação (como cebolinha, cebolão, rio abaixo) e mais tarde também pelo violão". Destacaram-se nessa tendência, entre outros, mesmo que gravando em época posterior, Cornélio Pires e sua "Turma Caipira", Alvarenga e Ranchinho, Torres e Florêncio, Tonico e Tinoco, Vieira e Vieirinha, Pena Branca e Xavantinho. Entre as músicas que ganharam destaque desta tendência estão entre outras, "Jorginho do sertão", de Cornélio Pires, "O bonde camarão" de Cornélio Pires e Mariano, "Sertão do Laranjinha", de Ariovaldo Pires e "Cabocla Tereza", de Ariovaldo Pires e João Pacífico. Após a guerra introduzem-se na música sertaneja novos instrumentos como a harpa, e o acordeom, novos estilos, como os duetos com intervalos variados, o estilo mariachi e novos gêneros, inicialmente a guarânia e a polca paraguaia e mais tarde o corrido e a canção ranchera mexicanos. Segundo Marta Ulhôa, "A polca paraguaia e a guarânia caracterizam-se pela flutuação rítmica de compassos binário composto e ternário simples, em justaposição ou alternância. A canção ranchera é uma espécie de valseado, e o corrido usa a levada da polca européia, isto é, um binário simples em andamento rápido, enfatizando os inícios de tempo do compasso e usando notas bastante rápidas na melodia". Ainda nesse período pós-guerra surgem novos ritmos como o rasqueado, introduzido no Brasil por Nhô Pai e Mário Zan principalmente, música com andamento moderado entre a polca paraguaia e a guarânia, a moda campeira e o pagode, mistura de catira e recortado, cujo principal representante foi o violeiro mineiro Tião Carreiro. A temática vai ficando gradualmente mais amorosa, conservando no entanto um caráter autobiográfico. Artistas desta fase de transição são Cascatinha e Inhana, José Fortuna, adaptador da guarânia, Luzinho, Limeira e Zezinha, lançadores da música campeira, Irmãs Galvão, Irmãs Castro, Sulino e Marrueiro, Palmeira e Biá. Já na década de 70 Milionário e José Rico sistematizaram o uso de elementos da tradição mexicana mariachi com floreios de violino e trompete para preencher espaços entre frases e golpes de glote que produzem uma qualidade soluçante na voz. A fase moderna da música sertaneja inicia-se no final dos anos 60, com a introdução da guitarra elétrica e o chamado "ritmo jovem", por Leo Canhoto e Robertinho. O modelo é a jovem guarda, sendo que um de seus integrantes, Sérgio Reis, começa a gravar o repertório tradicional sertanejo, contribuindo para a penetração mais ampla do gênero. Os locais de performance da música sertaneja eram originalmente o circo, alguns rodeios e principalmente as rádios AM. Nos anos 80 é introduzida nas rádios FM e também na televisão, seja em programas semanais matutinos de domingo, seja no chamado horário nobre, em trilhas de novela ou programas especiais. Nesta modalidade de música sertaneja, ainda nas palavras de Marta Ulhôa, "Os cantores alternam solos e duetos para apresentar canções, muitas vezes em ritmo de balada, que tratam principalmente de amor romântico, de clara inspiração urbana. Algumas canções classificadas como sertanejas nas paradas de sucesso são às vezes interpretadas totalmente por solistas, dispensando o recurso tradicional da dupla. Os arranjos instrumentais dessas músicas adicionam instrumentos de orquestra além da base de rock, já incorporada ao gênero. A unidade estilística da música sertaneja é conseguida pelo uso consistente do estilo vocal tenso e nasal e pela referência temática ao cotidiano, seja rural e épico na música sertaneja raiz, seja urbano e individualista na música sertaneja romântica." Os principais representantes dessa nova tendência romântica da música sertaneja são Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, Zezé Di Camargo e Luciano, Christian e Ralf, Trio Parada Dura, Chico Rei e Paraná, João Mineiro e Marciano, Nalva Aguiar, Gian e Giovani, Gilberto e Gilmar e Roberta Miranda. Desta nova tendência tornaram-se sucesso, entre outras, "Fio de cabelo", de Marciano e Darci Rossi, "Aspartamento 37", de Leo Canhoto, "Pense em mim", de Douglas Maio, "Entre tapas e beijos", de Nilton Lamas e Antonio Bueno e "Evidências", de José Augusto e Paulo Sérgio Valle. Tais modificações têm provocado muitas confusões, levando inclusive muitos estudiosos a realizarem uma distinção entre música sertaneja e música caipira. A primeira seria aquela feita nos grandes centros urbanos por não-caipiras.

CLIP MUSICAIS