quinta-feira, 17 de setembro de 2009

HISTORIA DO AXÉ





História do Axé

Axé é uma saudação religiosa usada no candomblé e na umbanda, que significa energia positiva. Depois que Daniela Mercury chegou ao Sudeste com o show que a estouraria nacionalmente, O Canto da Cidade, tudo o mais que veio de Salvador começou a ser chamado de axé music. Em pouco tempo, os artistas deixaram de se importar com a origem debochada do termo e passaram a dele se aproveitar. Por exemplo, a Banda Beijo, do vocalista Netinho, simplesmente intitulou de Axé Music o seu disco de 1992. Com o impulso da mídia, essa trilha sonora da folia de Salvador rapidamente se espalhou pelo país (com os carnavais fora de época, as micaretas) e fortaleceu-se como indústria, produzindo sucessos o ano inteiro ao longo dos anos 90. Testadas no calor da multidão na Praça Castro Alves e na Ladeira do Pelô, as músicas dos blocos e bandas responderam por alguns dos grandes êxitos comerciais da música brasileira na década. O ano de1998 foi, particularmente, o mais feliz para os baianos: Daniela Mercury, Banda Eva, Chiclete com Banana, Araketu, Cheiro de Amor e É o Tchan venderam juntos nada menos que 3,4 milhões de discos. Uma nova geração de estrelas aparecia para o Brasil Chiclete com Banana (que vinha de uma tradição de bandas de baile, blocos afro e trios elétricos) e Margareth Menezes, a primeira a engatilhar carreira internacional. Enquanto o axé se fortalecia comercialmente, alguns nomes buscavam alternativas criativas para a música baiana. O mais significativo deles foi a Timbalada, grupo de percussionistas e vocalistas liderado por Carlinhos Brown (cuja Meia Lua Inteira tinha estourado na voz de Caetano), que veio com a proposta de resgatar o som dos timbaus, que há muito tempo estavam restritos à percussão dos terreiros de Candomblé. Enquanto isso, os nomes de sucesso da música baiana se multiplicavam: aos então conhecidos Banda Eva, Bamdamel, Araketu (que em 1994 vendeu 200 mil cópias do disco Araketu Bom Demais), Chiclete com Banana e Cheiro de Amor, juntaram- se o ex-Beijo Netinho e os grupos Jammil e Uma Noites, Pimenta N´Ativa e Bragadá. Foi em 1995, porém, que deu as caras o maior fenômeno comercial de Salvador. Em seu terceiro disco, o grupo Gera Samba estourou o sucesso É o Tchan. Dançarinas como Carla Perez (loura) e Débora Brasil (morena). Entre um "segura o tchan" e outro, a banda teve que mudar de nome, processado por um outro grupo, de um irmão do integrante Compadre Washington. Rebatizado de É o Tchan, o antigo Gera Samba inaugurou a face do axé music, de ênfase nas coreografias libidinosas em detrimento à musica (que ainda assim trazia uma sólida base de samba de roda) e as letras. Com toda a face showbiz a que tem direito (realizaram-se concursos na TV para a escolha da morena e depois da loura que iriam substituir Débora e Carla), e uma fileira de sucessos produzidos em série (Dança do Bumbum, Dança da Cordinha, Ralando o Tchan, É o Tchan! no Havaí, A Nova Loira do Tchan...), o grupo bateu a barreira do milhão de discos vendidos. Com o Tchan, disputaram público na segunda metade dos anos 90 nomes como Netinho (Milla, Fim de Semana), Araketu (Mal Acostumado) e Terrasamba (Liberar Geral, Carrinho de Mão), Banda Eva (Beleza Rara, Carro Velho), entre outros. A superexposição nos meios de comunicação e as pressões da indústria inevitavelmente levaram o axé ao topo das paradas.

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